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Tradução Técnica


A tradução técnica envolve trabalho minucioso, que exige um grande nível de preparo, de pesquisa e de domínio em campos específicos do conhecimento. Entrevistamos a tradutora e professora Simone Vieira Resende, que explicará detalhes sobre essa área de atuação em tradução.


1. O que é tradução técnica?


A tradução técnica é a tradução de textos de uma área de especialidade.


2. Na sua experiência, qual área da tradução técnica tem mais demanda?


De acordo com a minha experiência, as áreas de T.I. (Tecnologia da Informação) e de finanças são as que mais solicitam trabalhos.


3. Qual a vantagem de utilizar CAT Tools para a tradução técnica?


Inúmeras são as vantagens das ferramentas de auxílio à tradução. Elas aumentam a capacidade de produção do tradutor, ajudam a traduzir mais em menos tempo. Elas também diminuem a chance de equívocos e aumentam a qualidade do produto final.


4. É obrigatória a criação de glossários para fazer traduções técnicas?


O tradutor que não gerencia a própria terminologia está fadado a permanecer na inocência. O tradutor competente é aquele que cria seus glossários de acordo com a necessidade de cada cliente, de cada projeto. A criação de glossários é um hábito que todo tradutor técnico deve cultivar para garantir a qualidade terminológica do produto. Ter de traduzir, pesquisar e ainda gerenciar a terminologia não são tarefas simples, porém, são elas que vão fazer a diferença no resultado final, agregando qualidade, univocidade, agilidade e a certeza de satisfação do cliente. As ferramentas de auxílio à tradução podem ajudar a gerenciar a criação de glossários. Porém, caso o tradutor não queira ficar a mercê das ferramentas, pode e deve criar seus próprios mecanismos de organização terminológica.


5. Quais são os maiores desafios da tradução técnica?


Acredito que os maiores desafios da tradução técnica estão relacionados à capacidade do tradutor de entender que a tradução técnica exige um trabalho de cooperação que envolve outras partes além do tradutor e do cliente.


Costumo chamar essas partes de “subsídios externos”. São aqueles que vão cooperar indiretamente com o projeto, os especialistas da área técnica em questão, os conhecedores do assunto da tradução, os experts em tecnologia como a conversão, formatação e configuração de arquivos, gráficos e figuras e até o próprio cliente passa a ser uma fonte de consulta e de informação. Afinal, diferente da tradução literária, no caso da tradução técnica, o cliente é a instância que avalia a tradução e faz isso de forma imediata, logo após a entrega. Muitos acreditam que o sucesso de tradução técnica está na capacidade do tradutor de lidar com a terminologia da área, mas isso é uma ilusão.


A terminologia é apenas mais um dos desafios entre muitos. É preciso compreender que a autoria da tradução técnica vai se distribuir por uma rede de colaboradores, agregando valor e qualidade à tradução. O profissional que percebe a importância do networking no seu trabalho vai desenvolver habilidades emocionais essenciais para o sucesso, como a capacidade de dar e receber feedback, de fazer do cliente uma fonte de informação, de receber e compartilhar informações com outros profissionais. Outro desafio, principalmente para os tradutores iniciantes, é a escolha das áreas de atuação. Um tradutor não traduz “todas” as áreas e nem “qualquer” área.


É preciso escolher as áreas de atuação e aprimorar-se nelas. Escolhendo quatro ou cinco áreas apenas, pode parecer muito restrito e passar a ideia de que o tradutor está perdendo oportunidade, porém é justamente o contrário. Ao limitar o escopo de atuação, o tradutor aumenta a especialidade em uma determinada área e passa a controlar aquela área de especialidade. Para escolher as áreas de especialidades, minha dica é começar pelas áreas que estão ao seu redor, seu próprio campo de formação ou o campo de formação das pessoas mais próximas que podem funcionar como fonte, como seus próprios subsídios externos.


O cenário de solidão e calmaria que muitas vezes se associa à profissão do tradutor, não se aplica ao mundo da tradução técnica, que atualmente pode ser associado ao mundo do networking e do trabalho em equipe.

Simone Vieira Resende é tradutora, professora de tradução e doutoranda em Linguística Aplicada e Estudo da Linguagem na PUC São Paulo (2015, orientada pelo Prof. Dr. Tony Berber Sardinha) com pesquisa na área de Linguística de Corpus, Análise Multidimensional e Tradução. Possui mestrado em Linguística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ (2011). É pós-graduada em Linguística Aplicada: Inglês como Língua Estrangeira pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ - 2008). É graduada em Letras Português e Literatura da Língua Portuguesa e Letras Português/Inglês. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Inglesa, Linguística de Corpus e Análise Multidimensional, atuando principalmente nos seguintes temas: Linguística de Corpus, Tradução, Tradução Técnica, Terminologia, Ensino- aprendizagem de língua estrangeira, Ensino-aprendizagem de tradução e análise multidimensional.

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